Top 10 - Os mais amados e os mais odiados da saga Harry Potter

Olá, meus queridos leitores!
Nossa, faz anos (literalmente) que ninguém posta aqui, não é? Mas se tudo der certo, esse ano eu e a Lilah voltaremos com as resenhas e tentaremos levar esse blog pra frente de novo. O ano passado foi bem difícil pra nós dois. Eu estive cursando o famoso "terceirão" e a pressão pelos estudos e o vestibular me ocuparam o ano todo.
Enfim, vamos ao que interessa: livros.
Nessas férias, eu terminei de ler a saga Harry Potter, pois acreditem ou não, eu nunca havia lido ou sequer assistido aos filmes. Apenas assisti os três primeiros, em 2011, se não me falha a memória. Nem devo comentar que adorei, mas deixarei a resenha e outros comentários para mais tarde. Agora, eu decidi só fazer um "Top 10" com os personagens que eu mais amei e os que eu mais odiei. Deixei de fora os três protagonistas e o vilão Lorde Voldemort, considerando apenas os personagens secundários.

ATENÇÃO: TEM MUITO SPOILER NESSA LISTA, MUITO MESMO!

Vamos primeiro ao top dos mais odiados por mim. Foi muito difícil fazer essa lista, porque são muitos poucos personagens dignos do meu desprezo. Ah, por mim, o próprio Harry Potter entraria nesse ranking, porque eu, particularmente, achei ele arrogante, mal-educado e ingrato.

10º - Mundungo Fletcher (A Ordem da Fênix - O Enigma do Príncipe)


Esse grande bêbado imundo roubou a casa de Sirius depois da morte dele, vendeu objetos de valor nos becos do mundo bruxo, mas a pior coisa que ele poderia ter feito foi ter dado o medalhão de Salazar para Dolores Umbridge e ter colocado Harry, Rony e Hermione numa encrenca muito grande para conseguir roubá-lo das mãos dela. Aliás, Mundungo já é digno de ódio quando deixa de vigiar Harry Potter e permite que dois dementadores ataquem a Rua dos Alfeneiros.

9º - Argo Filch (A Pedra Filosofal - As Relíquias da Morte)


Argo Filch, o rabugento zelador de Hogwarts foi sem dúvidas o personagem mais desnecessário da saga. Com sua incansável mania de perseguir os alunos travessos, ele só aparecia pra fazer a gente passar nervoso, ainda mais acompanhado da maldita gata Madame Nor-r-r-a. Confesso que fiquei com um pouco de dó dele quando o Harry descobre que ele é um aborto, mas mesmo assim, ele continua na lista de personagens que eu odiei e não merece perdão depois de se juntar à Umbridge.

8º - Winky (O Cálice de Fogo)


Elfo irritante! No começo, eu morria de pena dela, por ter sido acusada de conjurar a Marca Negra, sendo que isso seria praticamente impossível, mas conforme a história vai avançando, eu ia ficando com raiva dela por não aceitar que tinha sido despedida pelo Sr. Crouch e ameaçando contar os segredos dele e depois se recusando a falar, só pra nos deixar curiosos. Até então, eu só estava me irritando com ela, mas quando eu descobri que foi ela que convenceu o amo a libertar Bartô Crouch porque achou que ele iria querer se divertir um pouco.. ah, eu fiquei com tanta raiva dessa criatura burra! Os elfos são realmente inocentes demais para perceber a gravidade de se libertar um Comensal da Morte, mas mesmo assim, ela entra para o top de personagens que eu odeio.

7º - Cornélio Fudge e Rufo Scrimgeour (A Ordem da Fênix - As Relíquias da Morte)


Coloquei os dois na mesma posição porque são personagens diretamente relacionados. A partir de A Ordem da Fênix, o Ministério da Magia e seus respectivos ministros se tornam um empecilho enorme na jornada de Harry e seus amigos. Cornélio Fudge foi o responsável por atrasar as buscas por Lorde Voldemort, enviar Dolores Umbridge à Hogwarts e ainda torná-la Alta Inquisidora e também por fazer com que Harry e Dumbledore fossem desacreditados e desmoralizados. Já Rufo Scrimgeour tentou fazer com que Harry fingisse que o Ministério estava agindo muito bem na busca por Você-Sabe-Quem e os comensais da morte, agindo como um garoto-propaganda, mesmo depois de tudo o que eles fizeram para o jovem bruxo. Os ministros da magia com certeza merecem ter suas atitudes reconhecidas pelo leitor e ganhar uma posição no top dos mais odiados.

6º - Rita Skeeter (O Cálice de Fogo - As Relíquias da Morte)


Apesar da existência dessa personagem ter sido uma crítica simplesmente genial de J. K. Rowling à mídia, que manipula os fatos noticiados em seu favor, Skeeter continua sendo insuportável. Obcecada por conseguir notícias que pudessem desmoralizar Harry e seus amigos, ela publicou boatos sobre o Ministério da Magia, sobre a vida de Harry, inventou um namoro entre ele e Hermione e denunciou a todos que Hagrid era metade gigante, o que fez com que o grandalhão entrasse em depressão. Todos os dias, Potter era obrigado a aturar piadinhas dos Sonserinos por causa dos artigos de Rita Skeeter, a jornalista mentirosa. No último livro, ela tem a audácia de publicar uma biografia de Dumbledore o acusando de ter envolvimento com magia das trevas e outras acusações que até tinham fundamento, mas não eram tão graves quanto ela fez parecer. No entanto, Harry tem uma capacidade muito grande de ser idiota, então ele acaba acreditando e ficando em dúvida sobre o caráter do ex-diretor. A persistência dela em acabar com a reputação de Hogwarts e Dumbledore foi o que deu a ela o sexto lugar no ranking de personagens mais odiados por mim.

5º - Pirraça (A Pedra Filosofal - As Relíquias da Morte)


Chegamos ao "Top 5", que vem sendo iniciado com o poltergeist de Hogwarts, Pirraça. Apesar de ter sido cortado dos filmes, esse fantasma aparece em todos os livros, pregando peças maldosas, desobedecendo a todos e entregando os planos de Harry ao zelador Filch. Malvado e irritante, Pirraça proporcionava a mim um sentimento de profunda raiva todas as vezes que aparecia. Embora ele mereça os devidos créditos por aborrecer Dolores Umbridge e atacar os Comensais da Morte, ele não merece perdão pelos outros atos.  Nunca entendi porque Dumbledore não o expulsou e quando Fleur Delacour sugeriu isto no baile de inverno, eu quis aplaudi-la. Umbridge também ameaçou expulsá-lo e acho que essa foi a única coisa certa que essa mulher fez na saga. O humor cruel de Pirraça fez com que ele entrasse no meio da lista dos mais odiados.

4º - Draco Malfoy (A Pedra Filosofal - As Relíquias da Morte)


Se no final, ele se redimiu por ter se unido a Voldemort, eu não sei, só sei que eu odiei Draco do começo ao fim. Claro que fiquei com pena quando ele foi usado para castigar Lucio e Narcisa Malfoy, mas achei que ele merecia sofrer um pouco depois de atormentar Harry, Rony e Hermione desde o primeiro livro. Arrogante como ninguém, se atrevia a xingar Hermione, Rony e a família dele, apelando até para ataques contra a mãe dele. Por toda a raiva que ele me fez passar, ele merece o quarto lugar no ranking.

3º - Lobo Greyback (O Enigma do Príncipe - As Relíquias da Morte)


Lobo Greyback mal aparece nos livros, mas quando aparecia, era para causar ódio e apreensão no leitor. Ele quase matou Gui Weasley com uma mordida, o tornando meio-lobisomem e, no último livro, ele captura Harry, Rony e Hermione e os leva para as mãos dos Comensais da Morte. Graças à ele, Hermione foi torturada e Dobby precisou vir salvá-los, sacrificando a própria vida para isso. Os estragos causados pelo sequestrador são dignos de uma medalha de bronze na lista de personagens mais odiados.

2º - Belatriz Lestrange (A Ordem da Fênix - As Relíquias da Morte)


Muita gente me diz que gosta da Belatriz, mas eu acredito que isso seja só porque ela foi interpretada por Helena Bonham Carter, porque a personagem em si é uma filha da p***. Claro que eu a admiro por ser fiel a Voldemort do começo ao fim e ter sido a única que desconfiou de Snape, mas ela torturou os pais de Neville até  a loucura, matou Sirius Black e depois matou Dobby com uma facada. Belatriz não merece nada mais do que o meu mais profundo ódio. A Comensal da Morte mais competente e perigosa da saga com certeza é digna de uma medalha de prata por seus esforços em ser maligna.

1º - Dolores Umbridge (A Ordem da Fênix)


O troféu, o prêmio máximo, a grande honra de ser a personagem mais odiada de todos os tempos vai para... Dolores Umbridge. A espiã do Ministério da Magia consegue ser cruel ao extremo e quanto mais o livro avança, pior ela vai se tornando. Desmoralizando Harry, o torturando fazendo escrever com seu próprio sangue, perseguindo a Armada de Dumbledore e finalmente conseguindo tirar o diretor de Hogwarts e tomar o seu lugar. Minha decepção foi muito grande quando eu descobri que os centauros não mataram ela na floresta, depois do plano brilhante de Hermione. Descrever toda a maldade da professora Umbridge iria tornar isso aqui muito grande, então termino por aqui.

*****

Agora, vamos ao ranking dos personagens mais amados. Esse foi ainda mais difícil de fazer, porque eu realmente amei demais a maioria deles. Precisei pegar a lista dos que mais se destacaram para mim. Vamos lá!

10º - Hagrid (A Pedra Filosofal - As Relíquias da Morte)


Atrapalhado, sem-noção, com um gosto peculiar para criar animais e um péssimo professor, mas com um coração tão grande quanto o seu corpo enorme. Amigo de Harry, Rony e Hermione até o fim, Hagrid conquistou a minha simpatia e meu amor, mesmo que em praticamente todos os livros ele tenha feito eles se ferrarem e quase morrerem, sem querer. Hagrid merece um lugarzinho no ranking de personagens mais amados. 

9º - Sirius Black (O Prisioneiro de Azkaban - † A Ordem da Fênix)


Sirius está entre os dez personagens que eu mais amei em Harry Potter, por sua coragem em perseguir Rabicho, fugir dos dementadores em Azkaban e o amor incondicional que ele teve pelo seu afilhado. A morte dele foi com certeza um dos momentos mais tristes da saga, mas tenho certeza que ele ficou feliz em dar a própria vida para salvar a de Harry. Fica aqui a minha homenagem a Sirius Black!

8º - Ninfadora Tonks (A Ordem da Fênix - † As Relíquias da Morte)



"E aí? Beleza?". Não sei explicar como, mas me apeguei demais à Tonks. Desastrada, engraçada, simpática e completamente disposta a sacrificar a própria vida, a vida do seu marido e até a dos seus pais para manter Harry vivo e derrotar as forças de Voldemort. Dora era simplesmente a personagem perfeita e eu imagino que ela deveria ter aparecido mais vezes nos livros. Fiquei muito deprimido quando descobri que ela morreu na batalha final. Saudades eternas, Tonks!

7º - Severo Snape (A Pedra Filosofal - † As Relíquias da Morte)



Já imagino que vão dizer que eu deveria ter colocado Snape numa posição um pouco mais alta... mas gente, vamos combinar que você odeia ele até os últimos capítulos do último livro e só passa a amá-lo quando descobre o sacrifício nobre dele. Além do mais, ele nunca tratou Harry bem, mesmo com a explicação recebida no último livro para tal, não acho que seja justificável. Mas... ele foi corajoso e completamente leal até o seu último suspiro. Por trás daquela carcaça, ele amou Lilian por toda a sua vida e por isso, ele merece sua posição no ranking de personagens mais amados.

6º - Remo Lupin (O Prisioneiro de Azkaban - † As Relíquias da Morte)


Remo Lupin foi o melhor professor de Defesa Contra as Artes das Trevas que Hogwarts já teve. Amigo de Tiago e Sirius, ele foi corajoso e assim como a sua esposa, Tonks, se dispôs a sacrificar tudo o que tinha para manter Harry Potter vivo. Ele sofreu toda a sua vida com o fato de ser um lobisomem e teve que enfrentar a ingratidão de Harry quando deixou Dora sozinha para ir ajudá-lo a procurar as horcruxes. Todo meu amor para Remo João Lupin!

5º - Minerva McGonagall (A Pedra Filosofal - As Relíquias da Morte)


Minerva parece ser do mal quando você começa a ler o livro, mas conforme a história avança, você percebe o quanto ela é maravilhosa. Sempre séria e autoritária, mas leal e orgulhosa de ter Harry Potter na casa da Grifinória. Meu amor por ela se aflorou mesmo no quinto livro, quando ela dá tantas "patadas" em Dolores Umbridge que deixa a maligna inquisidora sem palavras. Minerva é determinada, corajosa e forte. Claro que ela entra na lista dos mais amados!

4º - Dobby (A Câmara Secreta - † As Relíquias da Morte)


É claro que Dobby irrita um pouco no começo do livro em que ele aparece, mas daí em diante, é só amor. Ele foi o mais leal a Harry Potter de todos os personagens. Ele não negava nenhum pedido, mesmo que fosse um elfo livre. Ele tentou alertar Harry sobre os perigos da câmara secreta, entregou o guelrricho para ele no Torneio Tribuxo, além de tentar consolar Winky para que ela revelasse o segredo de Bartô Crouch, ele achou a Sala Precisa para que a Armada de Dumbledore pudesse treinar, ele perseguiu Draco para descobrir qual foi o plano dele e no final, deu a sua vida para tirar Harry e os outros prisioneiros da mansão dos Malfoy. Dobby merece todo o nosso carinho e estará para sempre nos nossos corações. 

3º - Molly e Arthur Weasley (A Câmara Secreta - As Relíquias da Morte)


O Sr. e a Sra. Weasley foram verdadeiros pais para Harry, que tanto sofreu com a falta de Tiago e Lilian. Os dois tiveram um amor incondicional pelo garoto, como se realmente ele fosse um filho dele. A Toca serviu de abrigo para Harry, independente do perigo que ele estivesse representando. De quebra, Molly Weasley foi quem derrotou Belatriz Lestrange, então ela merece ainda mais amor. Medalha de bronze para o casal mais querido da saga. 

2º -  Fred e Jorge Weasley (A Pedra Filosofal - † As Relíquias da Morte)


Fred e Jorge se tornaram clássicos de Harry Potter e estão entre os gêmeos mais queridos de todos os tempos. J. K. foi muito malvada quando simplesmente permitiu que Fred morresse daquele jeito. Os gêmeos eram a parte mais engraçada das histórias e foram responsáveis pelas explosões de fogos de artifício com formas engraçadas durante o mandato de Umbridge. A fuga épica deles de Hogwarts e o sucesso da Gemialidades Weasley foram animadores. Temos muitos motivos para amar essa dupla, então... troféu de prata para eles. 

1º - Luna Lovegood (A Ordem da Fênix - As Relíquias da Morte)


De fato, eu amei todos os personagens dessa lista, mas nenhum deles, nem mesmo os protagonistas, me conquistaram tanto quando Luna Lovegood, para quem vai a minha maior homenagem, o Troféu Coração de Ouro Para Personagem Mais Amado. Doida de pedra, enxergando coisas que só ela podia ver como zonzóbulos e narguilés, ela era responsável por colocar um sorriso no meu rosto enquanto eu lia os livros. Serena, sonhadora e guerreira... Luna é com certeza a personagem que eu mais amei em toda a saga e se ela tivesse morrido no final, eu juro que eu ia ter um surto. Luna, você é rainha de Hogwarts! ♥ 

*****

Bem, é isso, eu fico por aqui. 
Espero voltar logo com uma resenha bem legal sobre a série e dando um pouquinho da minha opinião sobre o que eu achei da saga.
Abraços!




Estou de volta!!!

Olá, meus marshmallows! Sei que passei um grande tempo fora de atividade no fórum, mas agora posso afirmar que estou de volta - se o destino assim permitir. Não vou mentir, e até me envergonho disso... mas li pouquíssimos livros nesse período de ausência, e nem preciso dizer que pretendo mudar esse quadro.

Uma promessa que fiz à mim mesma foi ler todos os livros da minha estante - muitos deles, ganhados - e até aceitei um desafio que me foi proposto, o Desafio Literário, mesmo sem ter cumprido sequer um item da lista até o momento. Enfim, chega de lenga lenga e vamos ao que interessa: um novo quadro no blog.

Nesse meu tempo sem computador, descobri que simplesmente amo fazer DIY, então pensei que poderia acrescentar aqui algumas ideias que me surgem a todo momento (o Biel ainda não sabe disso, talvez porque eu tenha acabado de decidir então, por favor não me mate, Biel. <3) e criar tutorias super fáceis, sei que esse tipo de quadro fica um milhão de vezes melhor em vídeos, mas não tenho lugar para gravar e nem sei editar, quem sabe um dia as coisas se ajeitam? Todavia, quanto isso, quero colocar esses DIYs aqui mesmo e quem sabe assim, o blog não fica bastante ativo e bem mais legal, né?!

Acho que é isso, por enquanto. Vou trabalhar em algumas resenhas e também postar a lista do desafio citado acima, mas isso em uma outra postagem.

Beijinhos de luz e até mais!

Lila 

1984 - George Orwell

Estou de volta, depois de muitos anos, com uma resenha de um livro que me deixou em estado de choque. Sério, galera, se eu continuar nessa vida de leitor, vou ter que fazer acompanhamento psiquiátrico com anti-depressivos. Mas enfim, vamos ao que interessa: a resenha. Eu já queria ler esse livro porque me indicaram em um clube de leitura e uma semana depois, meu professor de sociologia passou a obra como leitura obrigatória para prova. Quase caí da cadeira de tanta felicidade haha


SINOPSE

Mil novecentos e oitenta e quatro oferece hoje uma descrição quase realista do vastíssimo sistema de fiscalização em que passaram a assentar as democracias capitalistas. A eletrônica permite, pela primeira vez na história da humanidade, reunir nos mesmos instrumentos e nos mesmos gestos o trabalho e a fiscalização exercida sobre o trabalhador. O Big Brother já não é uma figura de estilo converteu-se numa vulgaridade cotidiana.

RESENHA 

Enredo

O enredo de 1984 é uma mistura incrível de ficção e crítica social escancarada. O livro se tem cenário futurista, apesar de se passar em 1984. Isso porque o livro foi escrito em 1949, então na época, o livro narrava o que aconteceria dali a 35 anos. Alguns leitores afirmam que George Orwell só errou o ano, pois estamos chegando perto da realidade do livro.

Basicamente, o livro nos conta que o mundo foi dividido em três grandes continentes: Eurásia, Lestásia e Oceania. O protagonista é um cidadão da Oceania. Em todo o continente, as pessoas eram vigiadas por uma tela fina, fixa à parede, chamada "teletela". A sociedade estava dividida entre membros do Partido Interno (classe alta), membros do Partido Externo (classe média) e os proles (classe baixa e maioria da população). Winston Smith é um membro do Partido Externo, que reside na Pista Nº 1, que um dia fora chamada de Londres. 

Os membros do Partido eram sempre os mais vigiados pelas teletelas e pelo Grande Irmão - em inglês "Big Brother" - e não podiam fazer praticamente nada. As teletelas nunca desligavam e os cidadãos tinham que fazer tudo o que era ordenado por elas. 

1984 narra uma distopia, onde a manipulação midiática é a principal arma de controle do governo sobre a população. Por todos os lados, há cartazes com a foto do Grande Irmão dizendo "O Grande Irmão zela por ti." e há departamentos governamentais especializados em alterar fatos do passado, dando a impressão de que Big Brother nunca erra. A todo momento, o Partido descobre um traidor e este simplesmente desaparece e qualquer documento escrito que provasse que este traidor havia existido é alterado ou destruído, para que a pessoa seja esquecida, como se nunca tivesse nascido. 

Há a figura inventada de Goldstein e a Fraternidade, um grupo de pessoas que eram contra o poder do Grande Irmão. Na Semana do Ódio, as pessoas paravam em frente às teletelas que transmitiam uma imagem deste revolucionário e gritavam com repúdio, como em um transe. A história do protagonista "começa" a partir deste momento.   

De modo geral, o enredo de 1984 pode ser definido como angustiante. Afinal, trata-se de uma distopia. O que torna o enredo ainda mais deprimente é saber que nós corremos o risco de não estarmos longe de uma realidade parecida com aquela. Durante toda a leitura, seus sentimentos variam entre: indignação, alívio, tristeza, nojo, espanto. É um enredo extremamente pesado, carregado de crítica social. Não é pra qualquer um. 

O final do livro foi o que me deixou mais indignado. Foi uma cena engraçada quando eu terminei. Foi agora a pouco, eu estava voltando da escola, sentado em um ônibus lotado. Quando eu li as palavras finais eu olhei para a frente provavelmente muito vermelho, fechei o livro bem lentamente, respirei fundo e guardei ele na mochila. Precisei fechar os olhos, abri-los e olhar pela janela feito um retardado, porque senão eu ia puxar alguém pelos cabelos. 

Do jeito que eu escrevi, parece que o livro é ruim, não é? Pois saiba que de forma nenhuma. Com certeza, entrou para o TOP 5 de melhores livros que eu já li. Mas estou sendo sincero nesta resenha. Eu até diria que é um livro de leitura obrigatória para a vida, mas eu novamente repito: não é pra qualquer um. 

Personagens 

Winston Smith - Protagonista da história. Trabalha com a alteração de documentos históricos, no Departamento de Registro. Ele se encontra no dilema de não concordar com o poder do Grande Irmão, mas jamais poder demonstrar isso em frente às teletelas, que estão em todos os lugares. A vida dele é bem sem-graça e monótona, como a de quase todos os cidadãos da Oceania. Pelo menos até ele encontrar Júlia.

Júlia - A mulher - de caráter duvidoso - diz ser uma inimiga do Partido, assim como Winston. Porém, uma pequena passagem no fim do livro, acabou me deixando com uma pulga atrás da orelha a respeito desta personagem. Eles mal se conhecem, mas ao ajudá-la a se levantar de uma queda, o protagonista recebe um papel com certo recado. A partir daí, os dois passam a conviver, escondidos na casa de Mr. Charrington.

Mr. Charrington - É um homem que faz parte dos proles, dono de um antiquário, onde Winston comprara um diário há sete anos. Isto era altamente proibido, já que diários são um meio de se guardar informações e provar que o Partido alterava o passado. Winston nunca foi denunciado à Polícia do Pensamento pelo dono do antiquário, portanto, ele acreditou que podia confiar no homem. Alugou um quarto pertencente a Mr. Charrington, sem teletela, onde ele podia se sentir livre e podia esconder-se com Júlia. Apesar de previsível, eu fiquei muito impressionado com o que este homem faz no final da história. 

Parsons - Vizinho de Winston. Um rapaz repugnante, gorducho e fedorento à suor o tempo inteiro. Criou duas crianças que são verdadeiras pestes. Fazem parte do grupo de Espiões, que são crianças que denunciam qualquer ideia criminosa ou pessoa suspeita à Polícia do Pensamento. Não tem papel importante na história. 

O'Brien - É um membro do Partido Interno. Durante a semana do ódio, os olhares dos dois se encontraram, fora do transe que fazia com que todos esbravejassem contra Goldstein e sua imagem na teletela. Winston acredita que aquilo poderia ser um sinal de que, assim como Júlia, O'Brien também era um inimigo do Partido, infiltrado no meio de todos os alienados. Um pouco depois do meio da história, ele decide confiar em O'Brien, que confessa ser um membro da Fraternidade, o grupo que ia contra o Grande Irmão. Este foi outro personagem que me deixou impressionado. 

Grande Irmão - Não se sabe se esse homem realmente existe ou é apenas uma grande invenção do Partido, para fazer com que o povo aceitasse todas as decisões. Eu, particularmente, creio que o Grande Irmão não exista. Você deverá tirar suas próprias conclusões ao ler. De qualquer forma, ele só aparece simbolicamente no livro. 

Escrita

Se você lê livros de literatura clássica, você consegue ler 1984 tranquilamente. É muito bem escrito, com vocabulário rico. Há ainda, a adição de novas palavras como "teletela", "crimidéia", "falascreve" e outras que fazem parte do cotidiano em 1984 e da Novilíngua, que era um idioma inventado pelo partido a fim de reduzir cada vez mais o vocabulário das pessoas, evitando o pensamento elaborado de rebelião. Não espere uma leitura simples como se vê em sagas do tipo "Harry Potter", "Percy Jackson" e "Jogos Vorazes". Esse é um daqueles livros que se lê com um dicionário ao lado, se você não for acostumado com obras de vocabulário rico. 

Recomendado para...

-Pessoas que gostam de política. É um crime você querer aprender sobre política sem ler 1984. 
-Pessoas que gostam da sociologia e qualquer estudo ligado ao homem na sociedade atual. 
-Pessoas com visão crítica. A respeito da mídia, principalmente.
-Pessoas que gostam de livros com cenário angustiante e/ou final triste/chocante. 
-Pessoas que gostam de livros inteligentes.
-Pessoas que gostam de enredos pesados. 

Nota do tio Biel 
(de 1 a 100)

É importante ressaltar que as opiniões sobre qualquer livro variam muito e minha nota não deve ser considerada na hora de você escolher se vai ou não ler o livro :D  

Nota 97


Título original: 1984
Gênero: Distopia, Ficção
Idioma original: Inglês 
Publicado em: 1949

O livro tem duas adaptações para o cinema. Uma é de 1956 e a outra de 1984. Só encontrei a de 1956 na internet, mas a de 1984 foi bem mais fiel. 




Distribuição de Livros em Santos - SP

E eis que aqui teremos um post especial, que não contará com resenhas ou sínteses alguma mas sim, com uma dica de evento! Isso mesmo, vejam que demais!



Um colega meu dos Encontros de Semideuses da Baixada Santista organizou um evento maravilhoso, o qual tem o propósito de incentivar a leitura que se torna cada vez mais escassa nesse nosso mundo. É um evento SEM FINS LUCRATIVOS, no qual quem pode, leva livros para doação e, quem não pode, os recebe. Ajude-nos a espalhar conhecimento (e aproveitem para fazer amigos! ) nesse ato que deveria ser partilhado por muitos.

Essa será a primeira edição - e, esperamos, uma de muitas - realizada no Quebra Mar, um ponto bastante conhecido da região. Por favor, não deixem de comparecer.

Endereço: Quebra Mar - Av. Presidente Wilson, José Menino.
CEP: 11320-030
Santos - SP
Data: 03 de Agosto de 2014
Horário: das 14h00min às 17h30min

OBS: Caso chova, o evento será adiado para a próxima semana, afinal, e um local à céu aberto.

Mais informações podem ser encontradas no link do evento no facebook: Distribuição de Livros - 1ª edição, Santos - SP

O Guarani - José Alencar

E após uma maravilhosa noite de sono e muita reflexão, seguro o final da manhã firme na palma da mão e uso todos os raios solares que entram pela janela e pela fresta da porta a meu favor. O cheio do almoço na casa da vizinha invade o pequeno cômodo no qual me encontro, e uma música exageradamente alta da casa da frente me tira um pouco a concentração. Fixo toda a minha atenção no que desejo compor, esperando com todo o coração ter sucesso.

O amor que recentemente adotei por nossa literatura não permite fazer qualquer outra síntese, senão a de mais um clássico: O Guarani, de José de Alencar, que foi publicado pela primeira vez em folhetim, como pedia a  época e depois passado para livro, quase sem alterações.

SÍNTESE


"A velha índia fitou-o com olhos muito tristes.
 Depois, sem olhar para trás, partiu. 
Peri tinha escolhido ficar, para cuidar de Ceci."

Quem nunca ouviu falar de Peri e Ceci, não deve ter muita experiência com o mundo dos livros, pois é umas das mais famosas obras de literatura e a mais importante de José de Alencar - com exceção, talvez, de Iracema. O enredo é dividido em algumas partes importantes, mas todas acabam se voltando para a devoção de Peri - um índio, da Tribo goitacá - por Ceci, uma mocinha branca. Mas vamos começar do -começo, como o óbvio sugere.

Em meados do século XVII, quando nosso país ainda era uma das colônias de Portugal, três amigos europeus vieram para o Brasil como representantes e eis que um acontecimento inesperado faz com que um desses três, o missionário, deixe a cobiça falar mais alto e - passando por cima de todos os seus preceitos - parte em busca de um tesouro, porém que não lhe pertence. 

Esse missionário, agora pelo nome de Loredano, se infiltra no meio dos cavaleiros de D. Antônio, um senhor que há algum tempo ganhou posse nas nossas terras, para poder conseguir alcançar sua meta e se vê apaixonado pela filha de seu senhor, D. Cecília, uma loirinha delicada e muito disputada. Ele a deseja só para si, e muito faz para tê-la, porém toda a fidelidade que o índio tem pela moça não permite que nenhum mal lhe aconteça.

Ainda existem vários fatores importantes: a guerra que os aimorés travam contra a família de D. Antônio; o amor incondicional e secreto que Isabel nutre por Álvaro, o noivo de sua prima, Cecília; todo o mal que Loredano e seus comparsas planejam para D. Antônio e sua família, etc, etc.

Por toda a parte está Peri, prestes a servir sua senhorinha, e apesar de não ser retratado como mais que um menino-homem, age como um. Não tem como prolongar esse lengalenga sem contar mais detalhes e, assim, tirar toda a graça da obra. Não me arrependo de, em um dia no qual a chuva caÍa vagarosamente e em pequenas quantidades do céu, ter decidido descobrir mais a fundo o porquê de tantas pessoas me indicarem o mesmo livro... e aqui deixo indicado a vocês, idosos, adultos, jovens, crianças, qualquer um que seja mestre na arte da leitura.

" - Por que me chamas Ceci?
  - Porque Ceci é o nome que Peri tem dentro da alma. "

Título Original: O Guarani
Idioma: Português
Gênero: Romance brasileiro
Ano de Lançamento: 1857

Houveram várias adaptações inclusive em cinema mudo e ópera.

A Moreninha - Joaquim Manuel de Macedo

E depois do que se pareceu uma eternidade, sento-me diante dessa máquina de escrever moderna e encaro as teclas, sem nenhuma inspiração que me possa ser útil. Quem sabe, se esses aparelhos fossem menos sofisticados, eu me desse melhor com os dito cujos. E como diria aquela velha frase que todos conhecem: um dia frio, um bom lugar para ler um livro e - acrescento minhas próprias palavras aqui - uma xícara de café (que no meu caso, torne-se chocolate quente). 

Sem mais delongas, venho apresentar alguns resultados de minhas leituras mais recentes, e me resolvo por começar com um clássico literário de nossa pátria que - um dia - foi amada.

***

O livro me olhou com suas páginas amareladas. Eu o encarei e o segurei entre meus - nada - delicados dedos: nos apaixonamos.


SÍNTESE

"Um moço e uma moça, porém, andavam como se costuma dizer, solteiros; cem vezes dela se aproximava o sujeito, mas a bela, quando mais perto o via, saltava, corria, voava como um beija flor, como uma abelha ou, melhor, como uma doidinha. Eram eles D. Carolina e Augusto."



O centro deste universo de poucas páginas é a pequena Carolina, cujo temperamento forte não permite que ela se assemelhe a qualquer outra citada no romance. Tudo começa quando Filipe - irmão da nossa garota - faz um convite a seus inseparáveis companheiros do curso de Medicina, convidando-os a passar o feriado de Sant'Ana um uma belíssima ilha, na qual sua avó tem propriedades. Como não recusam meios de se divertir, aceitam de imediato, com exceção de um: Augusto. Mesmo depois de todas as promessas de que haverão muitas moças bonitas a sua espera, este diz não ser um romântico e é neste ponto que surge o que será a alavancada para o resto da trama: a aposta.

Eis que depois de se entenderem, todos partem para um fim de semana cheio de traquinagens e corações acelerados e então Augusto encontra os três principais objetos de derrota de sua aposta: D. Joana, de dezessete anos, madeixas escuras, olhos negros e pele pálida; D. Joaquinha - a que chamam Quinquina -, uma loura bem aperfeiçoada de olhos azuis e pele rosada, um ano mais nova que a primeira; e D. Carolina, de apenas 14 anos, uma graciosa moreninha. 

Cada vez mais imerso em seus pensamentos, Augusto se vê prestes a quebrar uma promessa muito importante de seu passado, tal promessa que foi feita para uma vida inteira; todos o julgam tratar o amor por uma coisa sem mais importância, porém nenhum presente sabe o motivo de seu comportamento.

Ao longo da história, descobrimos que o rapaz tem bons argumentos a seu favor, mas também que seu coração amolece diante da encrenqueira Moreninha - que, por sua vez, nutre sentimentos semelhantes para com o moço. 

Em meio a todas as aventuras, fofocas, segredos não tão secretos, águas mágicas e uma bondosa senhora capaz de ouvir suas lamurias do passado, nos comprometemos com o livro de uma maneira séria, sem podermos renunciar esse matrimônio até que a última página nos separe. Repleto de personagens magníficos e de personalidade própria - um bom exemplo é D. Joaninha - com um cenário estupendo e com referências a lendas e culturas locais, A Moreninha me vez ver com outros olhos o significado de um breve...

A indicação fica para os amantes de nossa literatura e para aqueles que gostam de um romance à moda antiga, sem tantos frufrus. A escrita da obra original é um tanto complicada devido a época, todavia nada que algumas consultas ao dicionário não possam resolver. Não me atrevo - não mais - a dizer que qualquer livro seja mais perfeito que o outro, entretanto de uma coisa tenho certeza: este é simplesmente único. 

"Lá, bem às escondidas, ela derramou uma lágrima. Doce lágrima... era de prazer."


Título original: A Moreninha
Gênero: Romance; literatura brasileira.
Idioma: Português
Ano de lançamento: 1844



Abaixo o filme, que é uma das muitas adaptações da obra:



Dom Casmurro - Machado de Assis

Cá está o cara mais legal daqui com uma nova resenha.
É o seguinte, eu sou um cara que defende com unhas e dentes qualquer livro da literatura brasileira, então vai ser difícil ver resenhas de livros internacionais. Não vou ler muitos internacionais porque eu estou ampliando meu "repertório" de livros nacionais e porque vou prestar ENEM, por isso serei obrigado a ler alguns.
Bom, vamos lá ♥


SINOPSE

Machado de Assis (1839-1908), escrevendo Dom Casmurro, produziu um dos maiores livros da literatura universal. Mas criando Capitu, a espantosa menina de "olhos oblíquos e dissimulados", de "olhos de ressaca", Machado nos legou um incrível mistério, um mistério até hoje indecifrado. Há quase cem anos os estudiosos e especialistas o esmiuçam, o analisam sob todos os aspectos. Em vão. Embora o autor se tenha dado ao trabalho de distribuir pelo caminho todas as pistas para quem quisesse decifrar o enigma, ninguém ainda o desvendou. A alma de Capitu é, na verdade, um labirinto sem saída, um labirinto que Machado também já explorara em personagens como Virgília (Memórias Póstumas de Brás Cubas) e Sofia (Quincas Borba), personagens construídas a partir da ambiguidade psicológica, como Jorge Luis Borges gostaria de ter inventado.

RESENHA

Enredo

Este foi um dos poucos livros que eu não dei uma pausa enorme no meio da leitura, pois o enredo de "Dom Casmurro" é muito interessante. Basicamente, é sobre Bentinho, um garoto apaixonado por sua vizinha  - Capitu. A mãe de Bentinho havia feito uma promessa à Deus dizendo que se seu filho nascesse com saúde, ela o colocaria no seminário quando chegasse a hora. Esta hora chega e Bentinho está determinado a não se tornar padre, para que possa se casar com Capitu. No seminário, ele conhece um rapaz chamado Escobar, que também não quer virar padre para que possa trabalhar com o que gosta. Os dois garotos saem do seminário e seguem suas vidas sendo sempre muito amigos. 

ATENÇÃO - ALERTA DE SPOILER QUE PODE FAZER A HISTÓRIA PERDER A GRAÇA!

Na segunda parte, Escobar está casado com Sancha e Bentinho está casado com Capitu. A mulher de Bento engravida, supostamente de seu marido, mas quando a criança cresce, ela tem os mesmos traços e o mesmo jeito de Escobar. Bento vê que o filho não era dele e expulsa Capitu de sua casa, mandando ela e o filho para a Europa. Isto cria o grande mistério do livro, talvez você já tenha ouvido a frase: Capitu traiu ou não traiu Bentinho? 
Nota: Eu acho que o filho era mesmo do Escobar, mas Capitu não traiu por maldade. 

FIM DO SPOILER

Claro que este resumo é extremamente raso, apenas para vocês terem uma noção de como é a história. Enfim, ela é completamente narrada do ponto de vista de Dom Casmurro, ele conversa com o leitor, contando a sua vida (que é o enredo do livro) e ocasionalmente, ele volta ao "presente", fazendo pequenas observações. Encantador!

Personagens

Quase toda a história do livro gira em torno de Capitu, a paixão de Bentinho. Capitu é considerada uma das personagens mais indecifráveis da literatura nacional. Alguns a veem como mocinha, outros a veem como vilã. É uma mulher muito bonita, misteriosa e graciosa. Descrita celebremente como "moça de olhos de cigana oblíqua e dissimulada". Olha, é bem difícil pra mim tentar descrevê-la pra vocês, pois não dá pra definir uma personalidade exata para Capitu. Eu, particularmente, a considero como mocinha. Mas quando você ler o livro, você terá uma definição diferente para ela. Assim, o mestre Machado de Assis criou uma das mais famosas personagens da literatura. 

Bentinho é o protagonista. Um rapaz extremamente ciumento e desconfiado em todos os sentidos. É muito pensativo e age de modo rápido. Muito apaixonado por Capitu, sempre pedia conselhos a ela para poder se livrar do seminário. No início de sua paixão ele teme mais que tudo perder o amor da garota, por isso acaba tendo algumas brigas por conta do ciúmes. Quando cresce ele se torna simplesmente... casmurro. Eu, particularmente, o achei até mesmo um tanto psicótico. Não gostei do personagem, pra mim ele era o vilão de toda a história.

Escobar é o antagonista. Conheceu Bentinho no seminário e tornou-se um grande amigo dele e seu confidente. Sua paixão era o comércio, por isso ele não queria se tornar padre. Ao saírem do seminário, Escobar casa-se com uma amiga de Capitu, chamada Sancha. Os dois casais costumavam encontrar-se para comerem e se divertirem. Eles tinham uma filha cujo nome eu não lembro. Escobar morreu afogado, após bater numa pedra no mar em um dia tempestuoso. Escobar é um rapaz inteligente e simpático, mas tinha um ar um tanto maligno.

Esses são os três personagens mais importantes do livro. Há também Sancha, Ezequiel (este tem importância, mas não vou contar sobre ele para não tirar a graça da leitura), José Dias, Tio Cosme, Dona Glória e vários outros. Todos eles são encantadores. Dom Casmurro não teve nenhum problema em relação ao desenvolvimento dos personagens. 

Escrita

Eu amo o modo como Machado de Assis escreveu o livro. Todos os personagens são descritos do ponto de vista de Bentinho, por isso geram-se dúvidas a respeito do caráter de todos eles. As palavras são aquela coisa bem "Século XIX", mas não é difícil de entender. É um pouco mais difícil do que ler Clarice Lispector. É um livro muito bom para quem quer aumentar o vocabulário.

Recomendado para

Toda e qualquer pessoa neste universo. Quem gosta de romance e mistério não pode deixar de ler este livro. Quem quer se iniciar no mundo da leitura dos clássicos brasileiros, deve começar por Dom Casmurro, sem dúvidas. Porém, acredito que este livro vá agradar a todos os gostos, até mesmo quem não gosta de histórias de amor.

Nota do tio Biel

É importante ressaltar que as opiniões sobre qualquer livro variam muito e minha nota não deve ser considerada na hora de você escolher se vai ou não ler o livro :D  


Nota 94



Título original: Dom Casmurro
Gênero: Romance de amor
Idioma: Português
Ano de lançamento: 1899

A Globo fez uma série chamada "Capitu", baseada no livro.