Dom Casmurro - Machado de Assis

Cá está o cara mais legal daqui com uma nova resenha.
É o seguinte, eu sou um cara que defende com unhas e dentes qualquer livro da literatura brasileira, então vai ser difícil ver resenhas de livros internacionais. Não vou ler muitos internacionais porque eu estou ampliando meu "repertório" de livros nacionais e porque vou prestar ENEM, por isso serei obrigado a ler alguns.
Bom, vamos lá ♥


SINOPSE

Machado de Assis (1839-1908), escrevendo Dom Casmurro, produziu um dos maiores livros da literatura universal. Mas criando Capitu, a espantosa menina de "olhos oblíquos e dissimulados", de "olhos de ressaca", Machado nos legou um incrível mistério, um mistério até hoje indecifrado. Há quase cem anos os estudiosos e especialistas o esmiuçam, o analisam sob todos os aspectos. Em vão. Embora o autor se tenha dado ao trabalho de distribuir pelo caminho todas as pistas para quem quisesse decifrar o enigma, ninguém ainda o desvendou. A alma de Capitu é, na verdade, um labirinto sem saída, um labirinto que Machado também já explorara em personagens como Virgília (Memórias Póstumas de Brás Cubas) e Sofia (Quincas Borba), personagens construídas a partir da ambiguidade psicológica, como Jorge Luis Borges gostaria de ter inventado.

RESENHA

Enredo

Este foi um dos poucos livros que eu não dei uma pausa enorme no meio da leitura, pois o enredo de "Dom Casmurro" é muito interessante. Basicamente, é sobre Bentinho, um garoto apaixonado por sua vizinha  - Capitu. A mãe de Bentinho havia feito uma promessa à Deus dizendo que se seu filho nascesse com saúde, ela o colocaria no seminário quando chegasse a hora. Esta hora chega e Bentinho está determinado a não se tornar padre, para que possa se casar com Capitu. No seminário, ele conhece um rapaz chamado Escobar, que também não quer virar padre para que possa trabalhar com o que gosta. Os dois garotos saem do seminário e seguem suas vidas sendo sempre muito amigos. 

ATENÇÃO - ALERTA DE SPOILER QUE PODE FAZER A HISTÓRIA PERDER A GRAÇA!

Na segunda parte, Escobar está casado com Sancha e Bentinho está casado com Capitu. A mulher de Bento engravida, supostamente de seu marido, mas quando a criança cresce, ela tem os mesmos traços e o mesmo jeito de Escobar. Bento vê que o filho não era dele e expulsa Capitu de sua casa, mandando ela e o filho para a Europa. Isto cria o grande mistério do livro, talvez você já tenha ouvido a frase: Capitu traiu ou não traiu Bentinho? 
Nota: Eu acho que o filho era mesmo do Escobar, mas Capitu não traiu por maldade. 

FIM DO SPOILER

Claro que este resumo é extremamente raso, apenas para vocês terem uma noção de como é a história. Enfim, ela é completamente narrada do ponto de vista de Dom Casmurro, ele conversa com o leitor, contando a sua vida (que é o enredo do livro) e ocasionalmente, ele volta ao "presente", fazendo pequenas observações. Encantador!

Personagens

Quase toda a história do livro gira em torno de Capitu, a paixão de Bentinho. Capitu é considerada uma das personagens mais indecifráveis da literatura nacional. Alguns a veem como mocinha, outros a veem como vilã. É uma mulher muito bonita, misteriosa e graciosa. Descrita celebremente como "moça de olhos de cigana oblíqua e dissimulada". Olha, é bem difícil pra mim tentar descrevê-la pra vocês, pois não dá pra definir uma personalidade exata para Capitu. Eu, particularmente, a considero como mocinha. Mas quando você ler o livro, você terá uma definição diferente para ela. Assim, o mestre Machado de Assis criou uma das mais famosas personagens da literatura. 

Bentinho é o protagonista. Um rapaz extremamente ciumento e desconfiado em todos os sentidos. É muito pensativo e age de modo rápido. Muito apaixonado por Capitu, sempre pedia conselhos a ela para poder se livrar do seminário. No início de sua paixão ele teme mais que tudo perder o amor da garota, por isso acaba tendo algumas brigas por conta do ciúmes. Quando cresce ele se torna simplesmente... casmurro. Eu, particularmente, o achei até mesmo um tanto psicótico. Não gostei do personagem, pra mim ele era o vilão de toda a história.

Escobar é o antagonista. Conheceu Bentinho no seminário e tornou-se um grande amigo dele e seu confidente. Sua paixão era o comércio, por isso ele não queria se tornar padre. Ao saírem do seminário, Escobar casa-se com uma amiga de Capitu, chamada Sancha. Os dois casais costumavam encontrar-se para comerem e se divertirem. Eles tinham uma filha cujo nome eu não lembro. Escobar morreu afogado, após bater numa pedra no mar em um dia tempestuoso. Escobar é um rapaz inteligente e simpático, mas tinha um ar um tanto maligno.

Esses são os três personagens mais importantes do livro. Há também Sancha, Ezequiel (este tem importância, mas não vou contar sobre ele para não tirar a graça da leitura), José Dias, Tio Cosme, Dona Glória e vários outros. Todos eles são encantadores. Dom Casmurro não teve nenhum problema em relação ao desenvolvimento dos personagens. 

Escrita

Eu amo o modo como Machado de Assis escreveu o livro. Todos os personagens são descritos do ponto de vista de Bentinho, por isso geram-se dúvidas a respeito do caráter de todos eles. As palavras são aquela coisa bem "Século XIX", mas não é difícil de entender. É um pouco mais difícil do que ler Clarice Lispector. É um livro muito bom para quem quer aumentar o vocabulário.

Recomendado para

Toda e qualquer pessoa neste universo. Quem gosta de romance e mistério não pode deixar de ler este livro. Quem quer se iniciar no mundo da leitura dos clássicos brasileiros, deve começar por Dom Casmurro, sem dúvidas. Porém, acredito que este livro vá agradar a todos os gostos, até mesmo quem não gosta de histórias de amor.

Nota do tio Biel

É importante ressaltar que as opiniões sobre qualquer livro variam muito e minha nota não deve ser considerada na hora de você escolher se vai ou não ler o livro :D  


Nota 94



Título original: Dom Casmurro
Gênero: Romance de amor
Idioma: Português
Ano de lançamento: 1899

A Globo fez uma série chamada "Capitu", baseada no livro. 



A Hora da Estrela - Clarice Lispector

Olá meus queridos marshmallows! Desculpem minha ausência, ela se dá devido ao fato de que eu realmente tenho um zilhão de coisas para fazer que podem ser resumidos em uma palavra: estudo. Enfim, tenho muitos livros novos para ler, porém o tempo não me pertence... portanto irei fazer a síntese de um livro que li no  início do ano da nossa tão aclamada autora, Clarice Lispector. 

Peço perdão, desde já, por não conseguir fazer algo tão divino quando o maravilhoso Best Biel fez, contudo, darei meu melhor!


SÍNTESE

"Bem sei que é assustador sair de si mesma, mas tudo o que é novo assusta."

O livro, narrado por Rodrigo S.M (alter ego de Lispector), conta toda a trajetória da pobre Macabéa, uma alagoana órfã, criada pela tia, que não possuía nenhuma beleza exterior, não conseguia se comunicar com os demais e sentia-se um nada na vastidão do mundo. A nordestina acaba indo para o Rio de Janeiro, a fim de achar um trabalho que possa melhorar sua vida, coisa praticamente impossível já que tinha estudado apenas até o terceiro ano do primário. Por fim, acaba por encontrar um emprego no cargo de datilógrafa - no qual precisa escrever letra por letra. Sua casa era um quarto de pensão dividido com mais quatro colegas. Uma pessoa simples. Simples ao extremo. Olha-se no espelho e não vê nada em si mesma.

O narrador, durante todo esse longo percurso (que não é tão longo assim, contando as poucas páginas do livro), mostra seu ponto de vista em relação a personagem. Como pode alguém prender-se tanto a coisas insignificantes? Sentir-se feliz com as pequenas coisas da vida? Macabéa consegue essa dádiva e sorri para quase tudo. 

Uma coisa interessante é a inveja que tem de sua colega de escritório, Glória, mesmo essa não tendo nada de bonita: Glória tem dinheiro. 

É uma obra que pode ser chamada, no mínimo, de interessante. Ainda há no desenrolar da trama o namoro de Macabéa que parecia, até então, impossível de acontecer. Muitas coisas - mínimas - sobre a vida da mocinha ingênua são esclarecidas; algumas outras, nem tanto. Contudo, é algo pelo qual você anseia o final: o que acontecerá com ela? Qual será o enredo da história? Será que a vida de Macabéa dá um salto rumo ao magnífico?

Coisas que simplesmente não posso dizer, já que a última página é de comoção e confusão total. Creio que, para os que gostam de uma boa reflexão, o livro será uma boa pedida, agora para aqueles que não são tão ligados assim, podem ao menos ler e entenderão, com toda a certeza, a mensagem que o pseudonarrador nos quer passar.

"Para ela, a realidade era demais para ser acreditada. Aliás, a palavra 'realidade' não lhe dizia nada."

Existem duas adaptações dessa obra para o cinema. Uma data de 1985; nunca assisti para poder dar minha própria opinião, mas através de pesquisas pude perceber que é fiel o bastante para agradar a quem quer um filme completo.



A outra é um especial produzido pela Rede Globo de televisão.


Título Original: A Hora da Estrela
Idioma: Português
Lançamento: 1977
Gênero: Romance


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A paixão segundo G.H. - Clarice Lispector

Olá, leitores õ/
Cá estou eu, com mais uma resenha. Mais um livro nacional porque livros brasileiros são vida ♥
Eu vou mudar um pouco o jeito de resenhar a história, porque as anteriores estavam confusas e muito fraquinhas. A partir de hoje, eu irei dividir o texto classificando em categorias. Vocês vão entender melhor depois que lerem e em breve eu editarei as resenhas antigas :)


SINOPSE

A escultora G.H. nos conta sua experiência vivenciada a partir do instante em que entra no quarto da ex-empregada, vê o surgimento de uma barata no guarda-roupa e a esmaga na porta. Daí em diante, tomada por uma mistura de medo e repulsa, G.H. vive com a barata durante horas e horas a sensação de ter perdido a sua "montagem humana". A incapacidade de dar forma ao que lhe aconteceu, a aceitar este estado de perda, a leva a imaginar que alguém está segurando a sua mão. Desta maneira, o leitor passa a viver junto com a personagem esta experiência singular. Romance original, desprovido das características próprias do gênero, A paixão segundo G.H. conta, através de um enredo banal, o pensar e o sentir de G.H., a protagonista-narradora.

RESENHA

Enredo
O livro de Clarice Lispector é considerado um romance, mas como foi dito na sinopse, é desprovido das características do gênero. Ou seja, é romance, mas não parece um romance. Isto se dá justamente por conta da falta de um enredo ou uma história específica. "A paixão segundo G.H" é um texto feito puramente de filosofia existencial. Basicamente, o livro inteiro se passa dentro do quarto da ex-empregada de G. H, uma mulher que vive num apartamento de classe alta no Rio de Janeiro e que acabou de perder o seu grande amor, desolada, ela encontra no quarto, um mural com um desenho feito pela empregada e depois abre o guarda-roupa, onde ela encontra uma barata. Com medo, ela fecha a porta em cima da barata e acaba cortando-a ao meio e olhando para o inseto que acabara de matar, ela viaja por toda sua vida, fazendo reflexões deprimentes sobre o mundo, seu próprio modo de viver, o amor e a religião. Tudo isto girando em volta da barata esmagada. Não vou contar o que acontece no final, mas recomendo que você tenha estômago forte porque ela descreve muito bem o inseto morto e o ato final. 

Enfim, é um livro sem enredo, pura filosofia. Enquanto romance, ele não é muito bom, já que ela praticamente não conta uma história, mas é um bom livro.  

Personagens

Não há personagens no livro além de G.H e a barata. Eu posso descrever ambas com uma palavra: mortas. A barata está literalmente morta, já que foi esmagada. G.H estava morta no início do livro, mas morta espiritualmente, sem seu amor, ela se encontra perdida no mundo. Eu não gostei nem um pouco desta personagem, já que odeio gente deprimida em livros, pois me deprime junto. Considero-a dramática e até mesmo louca, devido à perda de seu amor. Mas... isto é apenas para as pessoas mais insensíveis em relação ao amor, como eu. Se você gosta desse tipo de personagem que passa 80% do livro sofrendo por um amor, recomendo a obra de Clarice Lispector. Ao final, depois de filosofar o livro inteiro, G.H ressuscita, depois de passar horas espiritualmente morta encarando a barata e para mostrar que agora ela havia tomado um novo rumo, ela faz uma coisa no mínimo nojenta que eu não vou falar, você vai ter que descobrir.

Escrita

Este livro dispensaria esta categoria, afinal, estamos falando de Clarice Lispector. Mas pra não desmerecer uma autora tão deusa, eu devo dizer que este foi o livro com a escrita mais perfeita que eu já vi ♥ 
Realmente, Lispector é uma gênia na arte de escrever, é aquele tipo de livro que tem palavras formais, mas está numa linguagem atual e tem poucas palavras que ninguém sabe o significado e se tivesse uma história, tenho certeza que seria muito bem colocada. Muitas pessoas se recusam a ler os clássicos porque acham que é muito difícil, mas agora que eu apresento Clarice Lispector (mesmo que não sejam livros clássicos), não tem mais desculpa em relação à isto!

Recomendado para: 

A própria Clarice Lispector diz no início do livro que ele foi feito para pessoas que já tem a alma formada. Bem, eu não gostei muito de "A paixão segundo G.H", então eu acho que não tenho minha alma formada. Mas enfim, o livro é recomendado para pessoas românticas, pessoas que gostam de filosofia existencial (basicamente "quem eu sou? de onde eu vim? pra onde vou?") voltada para o amor e creio que quem gosta de poesia também vá gostar deste livro. Eu não me encaixo nestas características, mas recomendo o livro mesmo assim.

Nota do tio Biel

Ao fim das resenhas, eu colocarei uma nota de 0 a 100 e uma faixa de cores pra representar o nível do livro para mim. É importante ressaltar que as opiniões sobre qualquer livro variam muito e minha nota não deve ser considerada na hora de você escolher se vai ou não ler o livro :D  

Nota 56

PS: G.H. são as iniciais da personagem, não se sabe o nome dela. 

Título original: A paixão segundo G.H
Gênero: Romance (?), Ficção.
Idioma: Português
Lançamento: 1964